Pouco conhecida fora da Península Ibérica, Ataecina é uma deusa antiga que habitava o imaginário dos povos lusitanos e celtiberos muito antes da chegada dos romanos. Seu nome ecoa entre pedras e inscrições votivas espalhadas por antigas ruínas no território que hoje corresponde a Portugal e parte da Espanha. Associada à noite, à renovação e ao submundo, ela era invocada nas passagens difíceis da vida — nos momentos em que era preciso morrer simbolicamente para renascer.
O aspecto mais fascinante de Ataecina é seu vínculo com o ciclo da natureza. Acreditava-se que ela guiava a alma pelos caminhos escuros da existência e, como senhora da transformação, ajudava a atravessar crises com sabedoria. Muitos estudiosos a associam à Perséfone dos gregos, mas sua presença era mais telúrica e enraizada nas tradições locais — uma divindade que caminhava com o povo do campo, próxima da terra, das ervas e dos segredos escondidos nas cavernas.
Mesmo após a romanização, sua figura não desapareceu totalmente. Em alguns casos, foi sincretizada com Proserpina, mantendo seus traços de guardiã do mundo inferior. E como toda deusa que atravessa eras, Ataecina sobreviveu em sussurros, em lendas contadas ao pé do fogo, talvez escondida nos rostos de outras figuras femininas que vieram depois. Seu nome pode ter se apagado dos altares, mas a energia da transformação — que ela tão bem representava — ainda pulsa nas encruzilhadas da memória ancestral.
Material: Resina de alta definição
Peso: 310 g
Altura: 14 cm
*Imagens meramente ilustrativas.
**Produto frágil.
***Pintura semi manual, resultando em diferenças individuais a cada produto.
****Dependendo do modelo o produto pode ser enviado em partes separadas, com encaixe e cola, para o próprio cliente colar.
